quinta-feira, 5 de julho de 2007

África

ÁFRICA
O VALOR DE UMA ALMA
LUZ AmarelaUm alerta para quem quer fazer missões na África
Depois da crise missionária de 1945, que culminou com a realização do primeiro congresso missionário na África, em Kinshasa, Zaire, em julho de 1946, motivado pelo preconceito racial dos missionários, seu abuso à cultura, à ignorância, as estruturas familiares e descanso com obreiros nativos - razões não mencionadas em seus livros (estes se restringem a exaltar seu heroísmo ou, então, a macumba e a miséria africana), hoje vejo o mesmo filme se repetindo, na atual onda missionária.
Como africano que sou, desejo que meu continente seja salvo, e quero aproveitar essa oportunidade para dizer o seguinte: vejo a ação missionária para a África na luz amarela apontando para o vermelho! Para que isso não aconteça importa que falemos um pouco sobre essa realidade.
Quando vamos ao médico, mesmo gemendo, ele nos aplica qualquer medicamento sem antes conhecer nosso histórico, salvo quando ocorre algum acidente. As missões evangélicas, porém, tem se comportado como um médico que trata pacientes sem antes diagnosticá-los. É assim que nós africanos nos sentimos. É hora da Igreja do Ocidente conhecer a África e os seus filhos e não suplantá-los com desdém ou paternalismo.
Se somos alvo de missões, devemos também merecer o direito de sermos ouvidos. Certa vez conversei com um muçulmano africano que me disse: Até os latino-americanos querem cometer os mesmos erros que a Europa cometeu, a mesma discriminação, dividindo-nos, e depois chegam nos dizendo que vosso Cristo nos aceita como somos! Como você, um pastor evangélico analisa isto?
Tenho mantido esta amizade e dialogado mais sobre o cristianismo, graças a Deus, mas esta é a ponta da luz amarela. De 1978 até hoje, classifico esse momento como a terceira ação missionária para ganhar a África para Cristo. As duas primeiras não alcançaram seus objetivos fundamentais. A cruz não uniu os africanos, muito menos as tribos nos paises, antes, contribuiu para as facções se fortalecerem.
Vamos abordar alguns perigos que rondam essa terceira leva missionária, que pode resultar num novo fracasso, casos não sejam tomadas algumas medidas concretas por parte das igrejas e, principalmente, das agências missionárias.
Depois da abertura em 1985, dos onze países africanos mais fechados ao Evangelho, devido ao regime comunista e, conseqüentemente, à aceitação de missionários, o Brasil se mobilizou na preparação e envio de missionários, especialmente a países de língua portuguesa.
Mas esse movimento está sendo assediado por perigos criados pelos próprios missionários e não tem sido discutidos nos grandes encontros missionários e consultas, aos quais tenho tido acesso. Quero enumerar alguns desses perigos:
1. O envio anárquico dos missionários, com a maioria deles apresentando despreparo e deficiência de relacionamento com os nativos, principalmente os líderes. Tenho dialogado com líderes de alguns países africanos e todos se queixam do mesmo assunto. E isto já está gerando rachas em algumas igrejas. 2. As lutas entre denominações e correntes teológicas diferentes, que enviam ou adotam líderes nativos credenciados a partir do Brasil, chegando a África dividem as denominações para atenderem os anseios de suas lideranças. Se por um lado estas estão contribuindo, de outro estão causando danos em um povo já marcado por inúmeras facções culturais e políticas. Outro problema, são irmãos das igrejas tradicionais que desacreditam em demônios mas, aqui no Brasil, escrevem livros que falam da macumba na África e, lá, não libertam ninguém das garras do diabo. Logo, a conversão e superficial e uma mera aderência religiosa. E, os pentecostais, que chegam ao extremo de serem confundidos com os movimentos proféticos tradicionais africanos, que obrigam os africanos a andarem de camisa e gravata sob o sol de 40 graus na sombra?! Não bastasse isso, agora chegaram os neo-pentecostais, com suas cruzadas milagreiras, ajuntando massas, divulgando estatísticas falsas.
3. Uma outra forma, são equipes enviadas por agências missionárias, que estão se transformando em denominações. Em 97, um lider de Guiné Bissau conversando comigo afirmou, em tom de denúncia, o seguinte: as equipes das agências só executam ordem dos seus líderes, no Brasil. São insubmissos, só dão aulas na E. B. D., não participam dos cultos, desprezam a nossa pregação. Ai você pode pensar que isso seja um caso isolado, então eu digo: Pois então converse com alguns líderes de convenções denominacionais de Angola e Moçambique!
4. O fenômeno candoga, isto é, "comércio paralelo", As lideranças africanas estão notando que os mesmos interesses de missionários de décadas passadas, que iam à busca de diamantes, peles de leões, onças e jacarés estão voltando agora com outra cara - importação e exportação. Já existem, na África, donos de construtoras. Depois de alguns anos como missionários aqueles homens já não são mais construtores de tendas e, sim, empresários. Se a Igreja brasileira não quer ser citada nas tristes páginas da história do cristianismo, na África, é hora de reconhecer que nem tudo é sucesso. Vamos rever o espírito paternalista, fazer as coisas com seriedade, e aprender com alguns africanos, capazes de ajudar, nesta nobre tarefa, para que tudo vá bem. Está na hora dos norte-americanos ouvirem os brasileiros, mas, também, dos brasileiros ouvirem os africanos.

SUDÃO Abutre, esperando que a criança morra, para se alimentar dela.
NÃO VOS COMOVE ISTO?
Nada mais nos resta a dizer. Só a Palavra de Deus é que pode salvar estas vidas e mudar este quadro. E a Palavra de Deus só poderá chegar a essas nações se orarmos para que as portas sejam abertas para o Evangelho e missionários se dispuserem a ir. E missionários só irão se forem ajudados para tal. E só serão ajudados se você contribuir com a obra missionária.
Como uma mãe africana costuma carregar seus filhos








Crianças africanas brincando.





























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